Comunidades online são comunidade de aprendizagem online que se formam na Internet, não estando localizadas num espaço geográfico específico. Estas comunidades são constituídas por pessoas com interesses e objetivos comuns, que apesar da impossibilidade de um contacto físico, têm um “sentimento de comunidade” (Carvalho & Gomes, 2012).
Carvalho e Gomes (2012) referem que Wenger (1998a)
afirma que são necessários três requisitos para que exista coerência na
comunidade: “empenhamento mútuo, empreendimento partilhado e reportório
partilhado”. (p.121)
Estes autores ainda referem que Rheingold (2000) diz
que as comunidades virtuais são “agregados sociais que surgem na rede, quando
os intervenientes de um debate lhe dão continuidade e formam entre si relações
pessoais no ciberespaço.” (p.121). Mencionam também, que são precisos quatro
fatores na comunidade: o número de pessoas que estão envolvidas, o tempo que a
comunidade interage, os sentimentos que suportam o relacionamento entre as
pessoas e as relações pessoais que criam.
Já Garrison e Vaughan (2008) identificam três
fatores interdependentes neste tipo de comunidades: a presença social, a
presença cognitiva e a presença do docente.
Este conceito de comunidade online surgiu através dos
ambientes presenciais, onde existia um espaço geográfico específico. Com o
aparecimento da Internet este conceito passou a ser integrado no ciberespaço.
Preece (2000) determinou que estas comunidades têm
quatro estádios: período pré-natal, infância, maioridade e morte. E Wenger
(1998a) considera cinco estádios de uma comunidade de prática: potencial,
coalescência, ativa, dispersa e memorável (Carvalho & Gomes, 2012).
Comunidade online em contexto formal
A aprendizagem na comunidade é ativa e colaborativa,
sendo a abordagem socio-construtivista a dominante. A autonomia, a iniciativa,
o questionamento e o pensamento crítico perduram no processo de aprendizagem.
Segundo
Carvalho e Gomes (2012, p.24), Pallof e Pratt (2002) dizem que para um
comunidade surgir são necessários os seguintes passos:
“definir
claramente a proposta do grupo; criar um local diferenciado para o grupo;
promover lideranças internas eficientes; definir normas e um claro código de
conduta; permitir que haja uma variedade de papéis para os membros do grupo;
permitir e facilitar subgrupos; permitir que os participantes resolvam suas
próprias discussões”.
É
importante ter em atenção que é necessário num momento inicial quebrar o gelo
do grupo para se criar laços de afetividade. Os formandos devem apresentar-se e
indicar áreas de interesse. Assim é criada empatia e afinidade entre todos. Salmon
(2011) segundo Carvalho e Gomes (2012), refere que existem dois momentos
essenciais: o primeiro tem a ver com a motivação e o segundo com a socialização
online.
Depois
é necessário negociar as normas em que a comunidade vai funcionar. Assim a
comunidade poderá desenvolver-se com muita dedicação dos alunos e do professor.
Paloff e Pratt (2002) citado por Carvalho e Gomes (2012, p.126-127) indicam aspetos
essenciais a este desenvolvimento: “interação ativa, aprendizagem colaborativa,
significado construído socialmente, partilha de recursos entre os membros,
expressões de apoio e de estímulo e vontade de avaliar criticamente.”
Comunidades em contexto informal: o caso dos NMOG
“Hoje em dia,
os MMOG são mundos criados em 2D ou 3D, com regras e comércio particulares.
Estes jogos caraterizam-se por reunir milhares de pessoas em um ambiente
virtual persistente, com um sistema de regras particulares, que permite ao
jogador fazer uma exploração independente do jogo.” (Carvalho & Gomes,
2012,p.133)
Estes grupos de jogadores online fazem com que o
conhecimento passe entre todos. Portanto, o conhecimento é considerado como
algo que tem de ser partilhado entre todos. Esta partilha pode ser identificada
como conetivismo (conceito definido por Siemens, 2005).
Em jeito de conclusão, devemos referir que a diferença
entre as comunidades online informais e formais é a duração. Visto que, as
primeiras prolongam-se no tempo, havendo uma flexibilidade entre os seus
membros e as segundas têm uma duração limitada, tendo em consideração o tempo
de desenvolvimento do curso ou das unidade curriculares.
Estas comunidades, segundo Wenger (1998b) citado por
Carvalho e Gomes (2012, p.143) vão para além do ambiente online, sendo que podem
tornar-se “memoráveis para os seus membros”.
Referências
Carvalho, A. A., & Gomes, T. (2012). Comunidades
de aprendizagem online em contextos formais e não formais. In M. A. Flores e F.
Ilídio (orgs), Currículo e Comunidades de Aprendizagem: Desafios e
Perspetivas (pp. 121-147). Santo Tirso: De Facto
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